
O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem atuado nos bastidores com o objetivo de influenciar decisivamente as eleições presidenciais de 2026. A estratégia é clara: construir uma alternativa viável à polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apostando em uma frente de centro-direita com apoio de governadores influentes.
Sob a liderança de Temer, o chamado Movimento Brasil busca reunir nomes como Eduardo Leite (RS), Ratinho Junior (PR), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e Tarcísio de Freitas (SP) em torno de uma aliança programática e eleitoral. A ideia central é, antes de definir um nome, consolidar um projeto de país capaz de unificar esse grupo político, ampliando o espaço ao centro no tabuleiro eleitoral.
Temer, que presidiu o Brasil entre 2016 e 2018, tem defendido que só será possível romper o ciclo de polarização com a construção de uma candidatura consistente, respaldada por propostas concretas e ampla articulação nacional. Segundo o ex-presidente, o debate em torno de um programa comum deve preceder a escolha do candidato.
A movimentação ocorre em um contexto no qual, apesar de Lula e Bolsonaro permanecerem como os políticos mais conhecidos do país, ambos enfrentam altos índices de rejeição. Pesquisas indicam que até 55% do eleitorado rejeitam simultaneamente os dois, o que abre espaço para o crescimento de uma alternativa fora dos polos tradicionais.
Temer ainda destaca dois fatores que reforçam a viabilidade de uma terceira via: a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030, em razão de condenações eleitorais, e o desgaste da atual gestão petista, que enfrenta baixos índices de aprovação.
Ao costurar alianças com governadores e defender a construção coletiva de um projeto nacional, Michel Temer se reposiciona como figura-chave na tentativa de quebrar a lógica binária que tem marcado o cenário político brasileiro nos últimos anos.
Com informações: Agência Congresso